Com a devida vénia ao Jornal da Madeira
O Liceu Jaime Moniz integra-se num conjunto de obras que, a par do Palácio da Justiça, Banco de Portugal e Mercado dos Lavradores, entre outros, se enquadra num conjunto de obras arquitectónicas ligadas aos que se convencionou chamar "Estado Novo", o regime que, durante quarenta e oito anos vigorou em Portugal, até ao 25 de Abril de 1974.
Esse facto, porém, não invalida o valor arquitectónico do "Liceu" pois a sua traça, para além de caracterizar uma época histórica, impõe-se pela amplitude dos corredores, salas bem iluminadas e arejadas, os pátios e os jardins.
Mas, se isso não bastasse para transformar o velho Liceu de 170 anos numa importante página da História da Madeira, as histórias que tantos quantos ali viveram os seus tempos de estudante, as histórias de vida que ali se escreveram, os homens e mulheres que ali cresceram para a vida, seria mais do que suficiente para merecer tal honra.
Levar Max Römer até aos madeirenses
Nessa página está inscrito, também, um nome que se ligou à arte e ao património cultural da Madeira: Maz Römer, pintor de origem alemã que viveu na Madeira durante 38 anos, de 1922 a 1960 e que, à Madeira, legou uma obra que passa pela aguarela, pelo guache, pelo carvão que retrata a paisagem, os costumes, os trajos e a paisagem da ilha de forma quase incomparável.
Foi, certamente a grandiosidade do Liceu Jaime Moniz que chamou a atenção de Max Römer e o inspirou de tal forma que uma parte significativa da sua obra se encontra ali, dispersa no átrio de entrada, na sala do Conselho Directivo e em especial na Cantina. São frescos de extraordinária beleza, datados de 1957, que integram um grande mural que cobre toda a parte superior das paredes da Cantina, com 13,7mx9,80mx1,00. A sua temática é de inspiração regional retratando a sua ruralidade. Ali estão presentes a Florista, menina que vigia a cana-de-açúcar saboreando um pedaço, o Pesquito, o rapaz dos bois, os camponeses na sua faina, o vilão, os frutos, os legumes.
Uma "riqueza" que urge preservar e que merece, sem dúvida alguma, a sua divulgação. É urgente, como aliás já está prometido, transformar a cantina do velhinho Jaime Moniz num local onde a obra de Max Römer seja valorizada e mostrada aos madeirenses. Como merece.
Octaviano Correia
Com a devida vénia ao Jornal da Madeira
O Museu de Arte Sacra do Funchal foi fundado em 1955 e instalado no antigo Paço Episcopal, na rua do Bispo. As suas colecções são constituídas por peças de igrejas e capelas da diocese, muitas delas doações feitas por particulares. A sua construção data do início do Séc. XVII e foi remodelada no Séc. XVIII. Da parte primitiva só resta o claustro virado a norte, que sofreu algumas alterações. O terramoto de 1748, que tanto afectou a ilha, danificou a primitiva construção, daí que tivesse sido quase totalmente demolida. Este edifício foi paço episcopal até 1910 e em 1913 foi ali instalado o Liceu do Funchal, permanência que duraria até 1942. Em 1955 foi inaugurado como Museu Diocesano de Arte Sacra.
A respeito das suas colecções destaca-se, entre as sua colecções de pintura, escultura, ourivesaria e paramentos, o núcleo de pintura flamenga, que está intimamente associado à época de "ouro" da ilha, marcada pela produção de cana sacarina, no Séc. VXI. Segundo os historiadores, os grandes produtores de açúcar da Madeira, trocavam o açúcar, na altura considerado como iguaria de luxo, pelo que de melhor a Flandres tinha para oferecer: as suas obras de arte. No campo pictórico este museu apresenta peças de grande qualidade, onde predomina a pintura flamenga dos Sécs. XV e XVI. Algumas das obras são inéditas, como a Descida da Cruz e a Adoração dos Reis Magos. Os painéis flamengos impressionam não só pelo seu valor artístico mas também pelas suas dimensões. Fazem parte da colecção de ourivesaria sacra peças dos sécs. XVI, XVII e XVIII, como a Grande Cruz processional em prata dourada, atribuída a Gil Vicente e oferecida por D. Manuel à Sé Catedral do Funchal, a Bandeja de prata dourada com punção de Antuérpia e algumas peças dos sécs. XIX e XX. O museu apresenta também alguns exemplares de paramentos litúrgicos de igrejas da dioceses do Funchal que se presume terem sido bordados nos vários conventos existentes na ilha nos sécs. XVII e XVIII. Relativamente à escultura, o seu núcleo contém peças representativas dos sécs. XVI, XVII e XVIII, sendo que o núcleo referente ao séc. XVI apresenta bons exemplares de peças flamengas, como a Virgem e o Menino ou Nossa Senhora da Conceição. Do exterior do museu, destaque para a torre vigia, no último piso, que apresenta excelentes azulejos figurativos, característicos da época, onde estão representados a Fé, a Esperança e a Caridade.
(Fonte: www.culturede.com)
JM
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