Com a devida vénia ao Jornal da Madeira
« Funchal, a que o capitam deo este nome, por se fundar em hum valle fermoso de singular arvoredo, cheyo de funcho até o mar». Os descobridores ou primitivos povoadores, ao desembarcarem neste lugar, que depois foi vila e mais tarde cidade, depararam com a planta, que abundantemente vegetava no vale e que, sem demora e sem esforço, se começou a chamar Funchal tendo, o nome, sido dado pelo próprio João Gonçalves Zarco.
"Assim reza o texto do mais antigo e, talvez, até agora, mais completo documento escrito sobre a ilha da Madeira, as "Saudades da Terra" de Gaspar Frutuoso.
De facto afirma-se, comummente, que a umbelifera Foeniculum vulgare, que tem o nome de funcho, terá dado o nome ao Funchal. E não se conhecem razões ou factos que contradigam essa afirmativa. Mas, e estamos a reportar-nos ao "Elucidário Madeirense", uma pergunta ocorre fazer, não sendo a primeira vez que ela é formulada: «existindo, por certo, neste vale, árvores e plantas de grande porte, como iriam os descobridores dar-lhe de preferência o nome de um vegetal, que nem chega a ser um arbusto? É possível que no meio do maciço de árvores que povoavam o vale, houvesse uma clareira em que abundasse o funcho e que deste modo se destacasse da vegetação circunvizinha. Também se afirma que, nas mais próximas imediações do local do desembarque, depararam logo os descobridores com o funcho em abundância, e daí o fácil baptismo de Funchal dado ao lugar.
Certo, certo é que o nome ficou e hoje, na cidade capital, muitos são os locais, ruas e até escadinhas, conhecidos pelo nome da singela planta que deu nome a uma das mais conhecidas cidades do mundo, conhecimento levado pelos milhares de turistas que a visitam, vindos das sete partidas do globo.
E, a confirmar esta realidade, aqui se deixam, certamente nem todos, os nomes desses locais: FUNCHAL; Pico do Funcho; Beco do Funcho; Travessa do Pico do Funcho; Travessa Nova do Pico do Funcho; Escadinhas do Pico do Funcho; Caminho do Pico do Funcho; Azinhaga do Pico do Funcho; Escadinhas do Pico do Funcho; Vereda do Pico do Funcho; Levada do Pico do Funcho; 2ª Vereda do Pico do Funcho; Rua Nova do Pico do Funcho; Travessa do Pico do Funcho.
A Carta Régia de D. Manuel
O natural e sempre crescente desenvolvimento do Funchal em antigos tempos, tornando-o um importante empório comercial e um centro de grande actividade industrial e mercantil, plenamente justifica a medida tomada pelo rei D. Manuel na sua carta Regia de 21 de Agosto de 1508, elevando a vila do Funchal à categoria de cidade. Havia 50 anos que de simples povoação se fizera vila, e decorrido apenas meio século passa a ter os foros de cidade, a primeira que se criou nos nossos domínios ultramarinos:«Dom Manuel por graça de deos Rey de portugall & dos algarues daquem & daallem mar em africa Sennor de guinee & da comquista nauegaçom & comercio de ethioopia arabia persia & da yíndia. A quantos esta nosa carta birem fazemos sabeer que comsiramdo Nos como louuores a noso Sennor ha billa do Funchall na nosa ylha da madeyra tem creçido em mui grãde pouoraçom & como biuem nella muytos fidalguos caualleyros & pessoas homrradas e de gramdes fazendas pollas quaees e pollo gramde trauto da dita ylha esperamos com ajuda de noso Sennor que a dita billa muyto mays se emnobreça & acreçemte »
O funcho na Macaronésia
O funcho, nativo da bacia do Mediterrâneo, com variedades na Macaronésia e no Médio Oriente, sendo, a planta originária da Macaronésia designada por F. vulgare azoricum (Mill.) Thell., caracterizada por caules mais suculentos e doces e menor concentração de óleos essenciais, o que os torna facilmente comestíveis em fresco, sendo comercializada com a designação varietal de Florence. Esta forma da planta é espontânea nos Açores e na Madeira. Na Grécia Antiga o Funcho era designado por "marathon", estando na origem do nome Maratona (que afinal, em português seria Funchal), o local da mítica batalha de Maratona travada em 490 a.C. entre gregos e persas, e a mitologia grega diz que Prometeu usou um talo de funcho para roubar o fogo dos deuses.
É frequentemente utilizado em pequenas quantidades na cozinha mediterrânica como planta aromatizante, mas, pelas suas características aromáticas e pelos usos medicinais do anetol, o funcho tem sido utilizado, desde a antiguidade, sendo já cultivado no Antigo Egipto.
Octaviano Correia
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