Domingo, 6 de Julho de 2008

Sobre o Museu de Arte Sacra do Funchal

Com a devida vénia ao Jornal da Madeira

 

O Museu de Arte Sacra do Funchal foi fundado em 1955 e instalado no antigo Paço Episcopal, na rua do Bispo. As suas colecções são constituídas por peças de igrejas e capelas da diocese, muitas delas doações feitas por particulares. A sua construção data do início do Séc. XVII e foi remodelada no Séc. XVIII. Da parte primitiva só resta o claustro virado a norte, que sofreu algumas alterações. O terramoto de 1748, que tanto afectou a ilha, danificou a primitiva construção, daí que tivesse sido quase totalmente demolida. Este edifício foi paço episcopal até 1910 e em 1913 foi ali instalado o Liceu do Funchal, permanência que duraria até 1942. Em 1955 foi inaugurado como Museu Diocesano de Arte Sacra.

 

  

A respeito das suas colecções destaca-se, entre as sua colecções de pintura, escultura, ourivesaria e paramentos, o núcleo de pintura flamenga, que está intimamente associado à época de "ouro" da ilha, marcada pela produção de cana sacarina, no Séc. VXI. Segundo os historiadores, os grandes produtores de açúcar da Madeira, trocavam o açúcar, na altura considerado como iguaria de luxo, pelo que de melhor a Flandres tinha para oferecer: as suas obras de arte. No campo pictórico este museu apresenta peças de grande qualidade, onde predomina a pintura flamenga dos Sécs. XV e XVI. Algumas das obras são inéditas, como a Descida da Cruz e a Adoração dos Reis Magos. Os painéis flamengos impressionam não só pelo seu valor artístico mas também pelas suas dimensões. Fazem parte da colecção de ourivesaria sacra peças dos sécs. XVI, XVII e XVIII, como a Grande Cruz processional em prata dourada, atribuída a Gil Vicente e oferecida por D. Manuel à Sé Catedral do Funchal, a Bandeja de prata dourada com punção de Antuérpia e algumas peças dos sécs. XIX e XX. O museu apresenta também alguns exemplares de paramentos litúrgicos de igrejas da dioceses do Funchal que se presume terem sido bordados nos vários conventos existentes na ilha nos sécs. XVII e XVIII. Relativamente à escultura, o seu núcleo contém peças representativas dos sécs. XVI, XVII e XVIII, sendo que o núcleo referente ao séc. XVI apresenta bons exemplares de peças flamengas, como a Virgem e o Menino ou Nossa Senhora da Conceição. Do exterior do museu, destaque para a torre vigia, no último piso, que apresenta excelentes azulejos figurativos, característicos da época, onde estão representados a Fé, a Esperança e a Caridade.

 

(Fonte: www.culturede.com)

 

JM

publicado por João Carvalho Fernandes às 21:59
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Quinta-feira, 8 de Maio de 2008

"Hum valle fermoso cheyo de funcho até o mar"

Com a devida vénia ao Jornal da Madeira

 

« Funchal, a que o capitam deo este nome, por se fundar em hum valle fermoso de singular arvoredo, cheyo de funcho até o mar». Os descobridores ou primitivos povoadores, ao desembarcarem neste lugar, que depois foi vila e mais tarde cidade, depararam com a planta, que abundantemente vegetava no vale e que, sem demora e sem esforço, se começou a chamar Funchal tendo, o nome, sido dado pelo próprio João Gonçalves Zarco.

 

 

"Assim reza o texto do mais antigo e, talvez, até agora, mais completo documento escrito sobre a ilha da Madeira, as "Saudades da Terra" de Gaspar Frutuoso.

 

De facto afirma-se, comummente, que a umbelifera Foeniculum vulgare, que tem o nome de funcho, terá dado o nome ao Funchal. E não se conhecem razões ou factos que contradigam essa afirmativa. Mas, e estamos a reportar-nos ao "Elucidário Madeirense", uma pergunta ocorre fazer, não sendo a primeira vez que ela é formulada: «existindo, por certo, neste vale, árvores e plantas de grande porte, como iriam os descobridores dar-lhe de preferência o nome de um vegetal, que nem chega a ser um arbusto? É possível que no meio do maciço de árvores que povoavam o vale, houvesse uma clareira em que abundasse o funcho e que deste modo se destacasse da vegetação circunvizinha. Também se afirma que, nas mais próximas imediações do local do desembarque, depararam logo os descobridores com o funcho em abundância, e daí o fácil baptismo de Funchal dado ao lugar.

 

Certo, certo é que o nome ficou e hoje, na cidade capital, muitos são os locais, ruas e até escadinhas, conhecidos pelo nome da singela planta que deu nome a uma das mais conhecidas cidades do mundo, conhecimento levado pelos milhares de turistas que a visitam, vindos das sete partidas do globo.

 

E, a confirmar esta realidade, aqui se deixam, certamente nem todos, os nomes desses locais: FUNCHAL; Pico do Funcho; Beco do Funcho; Travessa do Pico do Funcho; Travessa Nova do Pico do Funcho; Escadinhas do Pico do Funcho; Caminho do Pico do Funcho; Azinhaga do Pico do Funcho; Escadinhas do Pico do Funcho; Vereda do Pico do Funcho; Levada do Pico do Funcho; 2ª Vereda do Pico do Funcho; Rua Nova do Pico do Funcho; Travessa do Pico do Funcho.

 

A Carta Régia de D. Manuel

 

O natural e sempre crescente desenvolvimento do Funchal em antigos tempos, tornando-o um importante empório comercial e um centro de grande actividade industrial e mercantil, plenamente justifica a medida tomada pelo rei D. Manuel na sua carta Regia de 21 de Agosto de 1508, elevando a vila do Funchal à categoria de cidade. Havia 50 anos que de simples povoação se fizera vila, e decorrido apenas meio século passa a ter os foros de cidade, a primeira que se criou nos nossos domínios ultramarinos:«Dom Manuel por graça de deos Rey de portugall & dos algarues daquem & daallem mar em africa Sennor de guinee & da comquista nauegaçom & comercio de ethioopia arabia persia & da yíndia. A quantos esta nosa carta birem fazemos sabeer que comsiramdo Nos como louuores a noso Sennor ha billa do Funchall na nosa ylha da madeyra tem creçido em mui grãde pouoraçom & como biuem nella muytos fidalguos caualleyros & pessoas homrradas e de gramdes fazendas pollas quaees e pollo gramde trauto da dita ylha esperamos com ajuda de noso Sennor que a dita billa muyto mays se emnobreça & acreçemte »

 

O funcho na Macaronésia

 

O funcho, nativo da bacia do Mediterrâneo, com variedades na Macaronésia e no Médio Oriente, sendo, a planta originária da Macaronésia designada por F. vulgare azoricum (Mill.) Thell., caracterizada por caules mais suculentos e doces e menor concentração de óleos essenciais, o que os torna facilmente comestíveis em fresco, sendo comercializada com a designação varietal de Florence. Esta forma da planta é espontânea nos Açores e na Madeira. Na Grécia Antiga o Funcho era designado por "marathon", estando na origem do nome Maratona (que afinal, em português seria Funchal), o local da mítica batalha de Maratona travada em 490 a.C. entre gregos e persas, e a mitologia grega diz que Prometeu usou um talo de funcho para roubar o fogo dos deuses.

 

É frequentemente utilizado em pequenas quantidades na cozinha mediterrânica como planta aromatizante, mas, pelas suas características aromáticas e pelos usos medicinais do anetol, o funcho tem sido utilizado, desde a antiguidade, sendo já cultivado no Antigo Egipto.

 

Octaviano Correia

publicado por João Carvalho Fernandes às 12:00
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Sexta-feira, 21 de Setembro de 2007

RIBEIRA BRAVA

publicado por João Carvalho Fernandes às 01:45
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Segunda-feira, 10 de Julho de 2006

FUNCHAL 500 ANOS - UMA PORTA PARA O MUNDO

Funchal, primeira cidade Portuguesa implantada no Oceano Atlântico1508-2008

 

 

Em 21 de Agosto de 1508 o Funchal foi elevado a cidade. Foi a primeira criada pelos Portugueses no Oceano Atlântico.

 

Passados quase quinhentos anos- que vão completar-se em 21 de Agosto de 2008- o Funchal, capital da Região Autónoma da Madeira, é sobejamente conhecido no mundo inteiro.

 

Funchal 500 anos

publicado por João Carvalho Fernandes às 15:00
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Quarta-feira, 5 de Julho de 2006

MADEIRA - Turismo é sector-chave

Com a devida vénia ao Jornal da Madeira

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A actividade turística constitui uma fonte média de receitas da economia madeirense, que é complementada com o sector agrícola e industrial. O Turismo na Região, ao longo dos anos, tem apresentado índices de desenvolvimento muito positivos. Em 1976, o número de dormidas ascendia a um milhão, havia cerca de 50 hotéis com capacidade para 10 mil camas. No ano passado, o número de dormidas atingiu os 5,5 milhões.

Ao nível de hóspedes entrados, a Direcção Regional de Estatística (DRE) registou no ano transacto 864.870, que foram distribuídos pelos 198 estabelecimentos hoteleiros existentes na Região, totalizando 28.147 camas. A taxa de ocupação fixou-se nos 54,8 por cento. Em 2005, os proveitos totais no sector do turismo situaram-se nos 248 milhões e 846 euros, sendo que nos aposentos esse proveito chegou aos 154 milhões e 804 euros.

Banana é principal produção

No sector agrícola, a produção de banana é a que mais se destaca, apesar de estar a sofrer um decréscimo ao longo dos anos. Em 1998 comercializou-se mais de 28 mil toneladas, em 2004 esse número desceu para os 19.784 toneladas. A Região, no entanto, tem apostado em outras culturas, tais como a anona, que já está certificada, e a castanha que tem como destino final o Centro de Processamento da Castanha no Curral das Freiras. Ao nível das culturas temporárias, em 2004 os agricultores madeirenses, que têm recebido apoios do Governo Regional, produziram 45 mil toneladas de batata e 6 mil de cana-de-açúcar, que vai para os engenhos da Calheta, Ribeiro Seco e Porto da Cruz para ser transformado em mel.

Além disso, foram cultivados 6 mil toneladas de tomate e 2.100 de couve, 1.350 toneladas de feijão verde, entre outros. Muitos destes produtos são vendidos nos vários mercados municipais, mas também nos mercados dos agricultores nos Prazeres, Santana, Gaula e mais recentemente nos Canhas. De acordo com o anuário estatístico de 2004 da DRE havia na Madeira 12.437 explorações agrícolas. Outro importante contributo para a economia regional é a produção de Vinho Madeira. Os últimos números de 2003 indicam que existia oito empresas na indústria do vinho, que empregavam 168 funcionários. Nesse ano, os custos foram de 14.497.505 euros e os proveitos de 17.012.520 euros. A União Europeia continua a ser o principal mercado de exportação de vinho, seguida do nacional e depois para o resto do mundo.

6.711 toneladas de peixe

No que respeita às pescas, Em 2005 foram descarregados no total 6.711 toneladas de peixe, no valor de 11 milhões de euros. O peixe-espada-preto foi o mais descarregado num total de 3.200 toneladas, valendo seis milhões de euros. Ainda nos portos da Madeira, no ano passado, foram descarregados mais de duas mil toneladas de atum e similares, 568 mil toneladas de cavalas, 482 mil de chicharro e 300 mil toneladas de outras espécies.

De referir que até Março deste ano, já havia sido descarregado 948.655 toneladas de peixe-espada-preto. No sector da pecuária, no ano passado, foram abatidos mais de quatro mil toneladas de bovinos e suínos. A Madeira conta ainda com indústrias de actividade artesanal, tais como o bordado, o vime e a tapeçaria. Contribuindo de forma muito positiva para o desenvolvimento económico da Madeira, não pode ser esquecida a actividade desenvolvida pela Zona Franca da Madeira a qual integra as actividades financeira, industrial e comercial e é constituída por um conjunto de incentivos fiscais e financeiros de que podem beneficiar todas as empresas que ali se instalem. Em 2004 foram licenciadas 4.719 entidades, sendo que a maioria são de serviços internacionais.

publicado por João Carvalho Fernandes às 08:30
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Quinta-feira, 29 de Junho de 2006

30 anos de Autonomia em colecção de 12 livros

Com a devida vénia ao Jornal da Madeira

A colecção foi apresentada no Salão Nobre do Governo Regional, hoje dia 29, com a presença do presidente do Executivo madeirense. Nos 12 volumes, estão representadas as obras efectuadas ao longo de trinta anos de autonomia.

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Nesta quinta-feira, foi apresentada a colecção da obra “30 Anos de Autonomia — Desenvolvimento — Equipamentos e Obras Públicas e Privadas — 1976/2006 Res Non Verba (actos e não palavras)”. Trata-se de uma compilação das principais obras operadas na Madeira desde que se tornou Região Autónoma. A obra, da responsabilidade do Governo Regional, através da Secretaria Regional dos Recursos Humanos, conta com 12 volumes. Essencialmente, trata-se de uma compilação fotográfica que demonstra o desenvolvimento regional a vários níveis, ao longo de trinta anos. Assim, como refere a nota informativa enviada à nossa redacção, “trata-se de um importante documento para o conhecimento da evolução da Região Autónoma da Madeira ao longo dos últimos 30 anos, com a Autonomia Política”.

O secretário regional dos Recursos Humanos disse ao JM que com este livro “procurou-se constituir um testemunho do trabalho feito ao longo destes anos”. Assim, na colecção estão representadas todas as obras com o cunho do Governo Regional nas várias áreas, e ainda alguns dos investimentos privados de maior importância para a Região. Como sublinhou Brazão de Castro, a colecção é “um testemunho muito importante para se constatar todo o trabalho que tem sido feito pela Autonomia Regional, em prol desta terra, dos madeirenses e da melhoria das suas condições de vida”.

A apresentação do livro “Res Non Verba (actos e não palavras)”, foi às 12 horas , no Salão Nobre do Governo. O presidente do Executivo madeirense esteve presente neste evento. Esta edição, que será posta à venda, conta com 1.500 exemplares. Com uma encadernação de qualidade, a colecção conta com uma capa de protecção e de suporte dos 12 volumes. A elaboração desta obra foi coordenada por João Afonso Almeida, Jorge Luís Pereira e Rui Agostinho Fernandes.

Paula Abreu

publicado por João Carvalho Fernandes às 19:50
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Segunda-feira, 26 de Junho de 2006

Machico recriou Mercado Medieval

Com a devida vénia ao Jornal da Madeira

Aula de História ao vivo

A iniciativa da Escola Básica e Secundária de Machico arrancou com a chegada de Tristão Vaz Teixeira à baía, após se ter deslocado ao Funchal, onde comprou escravos para o cultivo da cana-de-açúcar. Desembarcou da nau “Santa Maria”, na companhia da esposa, Branca Teixeira. Seguiu-se o cortejo, que envolveu cerca de 300 figurantes, até à Praça do Município, onde decorria o Mercado Medieval. Este evento, de acordo com o presidente da Câmara Municipal de Machico, Emanuel Gomes, poderá ser o primeiro passo de uma iniciativa cultural de grande valia para o concelho. Na opinião da professora Dalila Ornelas, o Mercado Medieval é, sobretudo, «uma aula de História ao vivo».

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João Gonçalves Zarco foi o comandante da expedição que, ao serviço do Infante D. Henrique, “descobriu” o Porto Santo, em 1418, e a Madeira, em 1419. Nesta viagem, fez-se acompanhar por Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo. Apesar de o Porto Santo ter sido descoberto antes da Madeira, a verdade é que foi esta a primeira das ilhas a ser povoada, isto porque a primeira tentativa de povoar a “ilha dourada” não resultou, devido à aridez do solo. A responsabilidade de povoar a ilha da Madeira, na capitania de Machico, ficou a cargo de Tristão Vaz Teixeira, com carta de doação de 1440. Fixou-se em Machico, tendo casado com Branca Teixeira e deixado numerosa descendência, hoje largamente espalhada pelo arquipélago.

Para que os madeirenses, e, sobretudo, a população da cidade de Machico, fique a conhecer melhor um pouco da sua história, a Escola Básica e Secundária de Machico organizou o Mercado Medieval, uma recriação do século XV, tendo como protagonista Tristão Vaz Teixeira (personagem a cargo do professor Pedro Correia). A iniciativa, que decorreu no passado dia 9, contou com o apoio da Câmara Municipal de Machico, envolvendo professores, alunos, encarregados de educação e funcionários da escola.

O evento arrancou com a chegada do navegador à baía de Machico, após se ter deslocado ao Funchal, onde comprou escravos para o cultivo da cana-de-açúcar. Desembarcou da nau “Santa Maria”, na companhia da esposa, Branca Teixeira (Dalila Ornelas, também docente). Só o “desembarque” envolveu um total de 97 pessoas. Seguiu-se o cortejo, que contou com cerca de 300 figurantes, até à Praça do Município, onde decorria o Mercado Medieval. Quinze barracas comercializavam produtos como legumes, peixe, carne, fruta, compotas, formas de açúcar, entre outros.

Estavam ainda patentes pequenas demonstrações de serviços como o de sapateiro, ferreiro ou oleiro. Esta iniciativa, organizada pela Escola Básica e Secundária de Machico, com o apoio da autarquia local, foi aplaudida por largas centenas de pessoas. Segundo a professora Raquel Gonçalves, uma das responsáveis pela organização do evento, esta acção surgiu no âmbito da Área de Projecto, explicando que a ideia era fazer «uma actividade para a comunidade», e, neste contexto, «o professor Alexandre Pacheco pensou numa feira medieval». A responsável salientou à “Olhar”, no dia do espectáculo, que «existem alguns testemunhos que apontam que realmente tenha acontecido um mercado no Largo da igreja matriz de Machico», espaço que actualmente acolhe a estátua de Tristão Vaz Teixeira.

Quanto à recriação do desembarque, Raquel Gonçalves lembrou que Tristão, «mais conhecido por Tristão das Damas», fazia inúmeras viagens à capitania do Funchal, onde tratava de negócios, nomeadamente da compra de escravos para a cultura da cana-de-açúcar. De referir que também a elaboração dos trajes ficou a cargo dos professores da escola, que «foram incansáveis» para dar vida a este projecto. Pedro Correia, que interpretou o papel do colonizador, considerou que o Mercado Medieval «é uma excelente ideia», salientando que «Tristão Vaz Teixeira fez muita coisa boa pela capitania de Machico e merece ser recordado».

Na opinião de Dalila Ornelas, esta iniciativa é «uma aula de estudo ao vivo», porque, para além de “repor” alguns factos históricos, serve também de incentivo para que as pessoas e, sobretudo os alunos, se interessem mais pela história de Machico. Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de Machico, Emanuel Gomes, considerou a iniciativa brilhante, anunciando que a edilidade está disponível para apoiar a continuidade deste projecto. «Se houver garantia de que o evento mantém esta qualidade e este nível de participação, julgo que temos aqui um cartaz com muito valor», disse o autarca, acrescentando que tudo fará para que este seja «o primeiro passo de uma iniciativa cultural de muita valia». Refira-se que a iniciativa da Escola Básica e Secundária de Machico não só atraiu a curiosidade da população local como também de muitos turistas, que registaram os momentos históricos.

Odília Gouveia

publicado por João Carvalho Fernandes às 09:41
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Domingo, 18 de Junho de 2006

12 anos que mudaram o Funchal

Com a devida vénia ao Diário de Notícias da Madeira

Fernão de Ornelas assumiu a presidência da Câmara do Funchal a 14 de Janeiro de 1935. À frente dos destinos da autarquia durante cerca de doze anos, foi responsável pelo grande plano de urbanização da cidade que viria a transformar a capital madeirense, conferindo-lhe modernidade.

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"A obra de Fernão de Ornelas na Presidência da Câmara Municipal do Funchal 1935-1946" é precisamente o título de uma tese de mestrado apresentada este ano na Universidade da Madeira pelo investigador Agostinho Lopes e que contou com a orientação do professor Rui Carita. Fernão de Ornelas, formado em Direito, considerado um dos melhores quadros intelectuais da ilha, nasceu em 1908, na freguesia de São Pedro. «Ainda durante o curso chamou a atenção pelas capacidades e pelas suas notas», diz o investigador. Em 1934 regressa à Madeira e, no ano seguinte, Salazar nomeia-o presidente da Câmara do Funchal. Para a escolha terá contribuído, segundo Agostinho Lopes, a influência de figuras como Avelino Quirino de Jesus e o coronel José Vicente de Freitas, que tinha sido governador da Madeira em 1915 e desempenhou funções de chefe do Governo e de ministro do Interior.

A nomeação surge após um período conturbado na governação camarária que pôs fim à liderança de Juvenal Raimundo de Vasconcelos. Luís da Rocha Machado, que o substitui, não consegue manter-se no cargo. A sua equipa demite-se 56 dias depois, deixando um conjunto de recomendações aos vindouros A Câmara atravessava graves dificuldades financeiras, desvio de fundos, ao ponto de serem vendidos prédios para fazer face à falência. Apesar da comparticipação do Estado para obras de utilidade pública, a situação agudizava-se. «Eram necessários todos os recursos para resolver os problemas, ao ponto de se falar na venda do camarote do teatro. Não se conseguia encontrar uma solução para equilibrar as contas do município».

Para perceber a entrada de Fernão de Ornelas é necessário perceber o contexto em que ocorre, acrescenta Agostinho Lopes. Conforme explica, nos anos que antecedem a sua presidência, a Madeira apresenta dificuldades. Vivem-se situações de crise, frequentemente noticiadas nos jornais regionais. A fome e a dependência do exterior vão gerando descontentamento, insatisfação, numa altura em que os sentimentos autonomistas ganham alguma força, não só na ilha, mas também nos Açores. As caricaturas publicadas no jornal humorístico "Re-Nhau-Nhau" ilustram as desigualdades sociais que existiam.

«É um período conturbado da História nacional, que atravessa os últimos anos da monarquia, a implantação da República, a ditadura militar e a afirmação do Estado Novo», recorda. No início do século, anos 20/30, o Funchal era ainda rural. «Como cidade apresentava algumas lacunas. Por exemplo, na Ribeira de Santa Luzia, junto à Câmara, ainda era possível observar galinhas que eram levadas em selhas pela manhã e ali passavam o dia. A zona mais citadina ficava compreendida entre Santa Maria Maior, Câmara Municipal e o cais. Não existiam grandes avenidas que permitissem a circulação entre os vários pontos da ilha», salienta.

Em 1935, coincidindo com a nomeação de Fernão de Ornelas, são substituídos em bloco os principais líderes dos organismos locais. Para a Junta Geral é nomeado João Abel de Freitas. «Nessa altura João Abel de Freitas e Fernão Ornelas trocam informações com o objectivo de tentar resolver os problemas sentidos pela população. No "Ofício-memorandum" - que constitui uma resposta da Câmara a uma carta da Junta Geral - apontam-se as principais necessidades que a ilha atravessava. Considera-se fundamental resolver as dificuldades económicas e afirma-se a necessidade de reforço financeiro.

Fernão de Ornelas chega à Câmara com um conjunto de ideias sólidas que, apoiadas por outros dirigentes políticos, parecem querer de imediato ganhar forma», explica Agostinho Lopes. Fernão de Ornelas conhece naturalmente a proposta de alteração da cidade apresentada por Ventura Terra. Este arquitecto, que caracterizou a moderna arquitectura portuguesa, tinha projectado um Funchal com largas avenidas e praças, que atendia ao seu crescimento e a um futuro ligado ao turismo. No referido memorando são estabelecidos doze pontos, as principais medidas que urge implementar. Considera-se necessário instalar convenientemente os vários serviços municipais para que funcionem correctamente. O calcetamento das ruas, a instalação de esgotos, a construção de fontanários, um mercado, um matadouro, bairros económicos e escolas são propostas então enunciadas.

Entre 1935/38 foram construídos cerca de 50 fontanários e estavam previstos outros 20. As ruas do Funchal encontravam-se em mau estado, com terra e lama, impróprias para a circulação de pessoas e de uma cidade turística. O calcetamento foi de imediato iniciado. Fernão de Ornelas previu que os trabalhos decorressem ao longo de seis anos e estipulou um plano que foi cumprido. Atendendo à quantidade de ruas abertas e aos alargamentos efectuados, não havia paralelepípedos suficientes e foi necessário trazê-los do continente. Posteriormente, para fazer face a este problema, mandou abrir uma pedreira em Câmara de Lobos.

«Aos poucos o Funchal foi apresentando um novo aspecto. O "Re-Nhau-Nhau" satirizava. Na tomada de posse de Fernão de Ornelas o jornal apresentava-o de triciclo, mais tarde de motociclo e depois de avião...» Atendendo a que as obras condicionavam temporariamente a circulação, planificou os chamados "roteiros turísticos" para que «os turistas não passassem nas ruas "menos aconselháveis" e ficassem com uma boa imagem» da cidade. O lançamento de esgotos surge em força. Planifica-se um mercado de frutas, flores e peixe. Foram efectuados estudos para saber qual a melhor localização, salvaguardando a higiene pública «que na altura era uma fonte de preocupação. A construção do Mercado dos Lavradores e do matadouro foi decidida na mesma reunião camarária e foram inaugurados no mesmo dia». Inicia-se um plano de grandes construções escolares para o Ensino Primário e até o actual Liceu, numa altura em que as escolas funcionavam em casas arrendadas, muitas vezes sem condições para a prática lectiva.

A Escola Salazar, situada no Ilhéus, é deste período e vai constituir o estabelecimento modelo. Em simultâneo, assiste-se também à construção de bairros económicos como Santa Maria Maior, Madalenas, São Gonçalo, Ajuda, São Martinho, Louros e a urbanização dos Ilhéus. A Câmara publica várias posturas para regulamentar diversos sectores. No âmbito da higiene pública, proíbe cuspir no chão, manda pintar as casas a uma só cor, disciplina a circulação de animais no centro do Funchal e o transporte de canas que deixavam as ruas num estado lastimável. «Surgem regulamentações em todas as áreas - com o objectivo de organizar os vários sectores do município - e quem não as cumprisse sujeitava-se ao pagamento de multas», destaca o investigador.

É deste período a construção da Praça do Município tal como a conhecemos hoje. O projecto é do arquitecto urbanista Faria da Costa, que trabalha com Fernão de Ornelas e é responsável por um conjunto de grandes obras no Funchal. «Ali existia o Liceu e vários edifícios, incluindo o Palácio Torre Bela. Alguns foram alterados e outros deitados abaixo, para a construção de uma das ruas». Raul Lino é outro dos arquitectos portugueses que intervém na cidade. Foi o responsável pelo projecto da fonte ali edificada. A Praça do Município transforma-se segundo os ideais de desenvolvimento da época, obedecendo a um plano de construção de uma cidade mais moderna, mais aberta, com uma nova funcionalidade, organizada, também ao jeito do Estado Novo.

Foi durante a gestão de Fernão de Ornelas que foram trasladados os corpos do antigo Cemitério das Angústias para o de São Martinho. A zona que integrava as quintas Bianchi, Pavão, Angústias foi também transformada e decorreram as negociações e os projectos para a construção do Parque de Santa Catarina. «São projectadas, e em alguns casos edificadas, obras como centros de saúde, a cadeia, o Aquário do Museu Municipal, o edifício do Banco de Portugal, o Casino da Madeira, a Avenida do Mar e do Infante. São feitos grandes investimentos no montado do Pisão e do Barreiro, procede-se à distribuição de luz eléctrica, à instalação de cabos telefónicos e de sinalização luminosa, à organização do comércio e da indústria e à edição de publicações literárias».

A Avenida do Mar e a do Infante são fundamentais para a abertura da cidade. «Para permitir circular facilmente surgem largas avenidas com passeios de ambos os lados, dando a ideia de maior urbanidade». Foram muitas as obras realizadas durante os 12 anos da presidência deste autarca. Algumas foram concluídas após o seu mandato, como a Rua dos Mercadores (actual Fernão de Ornelas), que dava acesso ao novo mercado. Em Janeiro de 1935, Fernão de Ornelas encontrou uma câmara falida. Numa primeira fase havia que pagar as dívidas que atingiam um valor considerável. Depois, era imperioso gerar receitas para que o plano que projectara para a cidade avançasse. No sentido de angariar receitas foram tomadas várias medidas.

«Recorreu a empréstimos bancários e cobrou impostos criteriosamente. Por exemplo, a Fábrica Hinton, que não pagava o imposto camarário há vários anos, foi obrigada a pagar 1000 contos, em 1936. Todos os que desempenhavam uma actividade comercial ou industrial estavam sujeitos a impostos, desde a vendedeira, ao leiteiro, à Fábrica Hinton. Foi uma gestão criteriosa dos recursos da Câmara que conseguiu ir buscar, a todos os escalões, um conjunto de pagamentos. A determinada altura o "Re-Nhau-Nhau" escreve em jeito de brincadeira: «pagar sim, mas devagar...» As mudanças implementadas não foram pacíficas. As obras na cidade implicavam derrubar, cortar edifícios, esquecer interesses particulares. Algumas expropriações foram amigáveis, como, por exemplo, as da zona do mercado, mas muitas outras foram executadas por via judicial, o que gerou divergências.

«A determinada altura o somatório dessas situações de contestação deixa de ser pontual para partir de grupos organizados e aumentar as forças de reacção. Mexer com hábitos, ideias instituídas, interesses de privados não foi tarefa fácil». Conforme refere Agostinho Lopes, «podemos dizer que era uma utopia de construção, de uma cidade moderna, que se radicava na luta entre antigos e modernos. A modernização que era preciso fazer - tentando não chocar com os interesses de uns, e fazendo com que as reacções não impedissem o progresso - era difícil de conseguir». A situação é evidente em 1945, aquando da saída de um dos vereadores, por razões pessoais. Na sua carta de despedida admite que a administração de Fernão de Ornelas luta com dificuldades de vária ordem e com «uma campanha surda e inconcebível, sendo tanto mais para lamentar quando ela parte de indivíduos que deviam servir a mesma causa nacional», cita o investigador.

«Esta carta clarifica o que está implícito ao longo da consulta de todas as actas da câmara durante a sua governação. É uma prova fundamental que Fernão Ornelas recebe apoio pelo que faz, mas também contestação. As expropriações são um problema e vão levar a divergências e à sua saída». Ao longo do mandato surgem dificuldades entre a Câmara Municipal e outras instituições que tutelavam áreas onde a autarquia pretendia intervir, nomeadamente com a Junta dos Portos.

Os desentendimentos motivaram a intervenção do governador civil e, na perspectiva de Agostinho Lopes, podem constituir mais uma das razões que levam à destituição de Fernão de Ornelas. Em 1946, por parte do Tribunal de Contas, surge também uma reacção inesperada, ao decidir repetir a inspecção às contas da câmara relativas a 1944. Colocou-as em causa, quando já tinham sido aprovadas e merecido elogios. «Não sei se é completamente inocente. A inspecção veio aumentar a agitação, a instabilidade e fazer com que fossem levantadas mais questões sobre a gestão camarária».

Ainda em 1946, um grupo de apoiantes do presidente considerou que Fernão de Ornelas merecia um jantar de homenagem pelo seu trabalho em prol da transformação do Funchal. A iniciativa, que teve lugar a 5 de Outubro, no Hotel Savoy, acabou por se transformar na gota de água que levaria à sua demissão. A presença, ou não, do governador no jantar transformou-se numa questão política. Nomeado em 1946, para mais um mandato de quatro anos, Fernão de Ornelas, na sequência dos desentendimentos com o governador, recebe uma carta de Daniel Vieira Barbosa que prepara o caminho para a sua saída:

«Não é fácil para mim, senhor presidente da Câmara do Funchal, distinguir a dignidade da minha pessoa da dignidade das funções que estou investido e sendo assim, compreende Vossa Excia, dispenso a sua colaboração. De facto e pelo que me diz respeito não pretenderia manter num lugar de confiança uma pessoa que deixou de ma merecer», escreve o governador. Fernão de Ornelas não assume a sua demissão. Numa reunião extraordinária responde: «…nada, absolutamente nada, me pode levar em consciência a pedir a demissão. Entretanto disponho tudo para entregar quando Vossa Excelência o determine as funções de presidente da Câmara do Funchal».

Na sequência dos acontecimentos, a vereação considerou que não havia condições para continuar e solidarizando-se com o seu presidente solicitou ao governador, em acto contínuo, que desse por terminado o seu mandato. Óscar Baltazar Gonçalves foi quem sucedeu a Fernão de Ornelas, a 8 de Maio de 1947. Coube ao Professor João Rafael Basto Machado, vice de Fernão de Ornelas, assegurar as funções até à tomada de posse.

Teresa Florença

publicado por João Carvalho Fernandes às 09:45
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Domingo, 10 de Julho de 2005

DESERTAS

 

 (Foto composta da aglutinação de várias, pelo que se pede desculpa por alguma imprecisão)

 

As Ilhas Desertas são compostas por três pequenas ilhas de origem vulcânica, situadas a SE da ilha da Madeira, que constituem uma reserva natural classificada como Reserva Biogenérica pelo Conselho da Europa. As Ilhas Desertas são: Ilhéu Chão, Deserta Grande e Bugio.

 

Este espaço foi protegido em Maio de 1990, através do Decreto Legislativo Regional n.º 14/90/M, que criou a Área de Protecção Especial das Ilhas Desertas, passando a Reserva Natural, em 1995, através do Decreto Legislativo Regional n.º 9/95/M. Embora a protecção destas ilhas tenha sido motivada pela urgência de tomada de medidas para a conservação do Lobo Marinho, o seu objectivo é a protecção e preservação de todo um conjunto de fauna e flora únicos e que englobam várias espécies raras e endémicas. Como reconhecimento do valor natural e ecológico destas ilhas, em 1992 o Conselho da Europa classificou-as como Reserva Biogenética.

 

Mais informações em: Reserva Natural das Ilhas Desertas

publicado por João Carvalho Fernandes às 18:01
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Quarta-feira, 29 de Junho de 2005

CRISTO DO GARAJAU

 

A inauguração, em 1927:

 

Excerto da reportagem então publicada no Diário de Notícias

 

"O dia de domingo passado teve umas horas de verdadeira grandiosidade: a cerimónia da inauguração solene da estátua do Cristo do Garajau, ali erguida por um voto do senhor conselheiro Ayres de Ornelas e de sua ilustre esposa, a senhora D. Maria de Jesus de Sousa Holatein de Ornelas, "numa das crises maiores da vida" dos ilustres fidalgos. São palavras do Sr. Conselheiro Ayres de Ornelas. Da cidade, arredores e de longínquas povoações, partiram em romagem ao Garajau, muitos milhares de pessoas. E todas as classes ali estiveram largamente representadas - desde a mais alta aristocracia até ao povo que trabalha, ardorosamente, na grande luta da conquista do pão. Pelas ruas da cidade e pelas estradas e pelos caminhos, há grupos compactos que fazem a romagem a pé. Outros estacionam junto às casas, ou aproveitando a sombra dos muros que ladeiam as estradas, esperando automóveis de retorno ou omnibus com lugares vagos, porque todos são tomados, todos andam em correria num vaivém contínuo. Mas lá para os lados da Cancela, quando se volta para o Garajau, a multidão é mais densa ainda.

 

E sob os arcos de verdura e flores, por entre os estandartes marcados, em sua maioria, com a cruz de Cristo, quase se não pode transitar. Vai-se descendo para o Garajau. E entra-se na estrada nova, mandada construir pelo sr. Conselheiro Ayres de Ornelas. Há uma certa rusticidade na paisagem. As tabaibeiras ladeiam os caminhos sinuosos por onde andam formigueiros de gente, corricando... Numa volta da estrada, divisa-se como se estivesse rente ao mar, a grandiosa estátua. E como está longe ainda e não se apercebem detalhes, o Cristo, de braços abertos, dá a impressão duma enorme cruz, posta ali, dominando o Oceano, orientando os que sobre o oceano labutam.

 

É meio dia. Um meio dia de sol encoberto, mas um meio dia pesado, quase ardente. E chegamos ao Garajau. O sr. Conselheiro Ayres de Ornelas recebe fidalgamente os seus convidados. E a estátua olha o Infinito e tem gesto de abraçar o Infinito. Não se preocupou com detalhes de modelação o Escultor. Não podia preocupar-se. Preocupou-se com a grandiosidade. Fez linhas fortes, sem serem duras. Marcou-lhe a traços firmes a fisionomia e soube dar-lhe realeza. Os braços erguem-se em cruz, mas não crucificam, abraçam e abençoam. E em pregas largas e fundas, duma sobriedade notável, numa admirável visão de realidade, compôs o manto, amplo, solto, para que possa abranger todos os que sofrem. E o pedestal é de linhas direitas, fortes também, numa harmonia completa com a sobriedade de traços da estátua. Grinaldas de flores naturais, campestres, o ornam em graciosas curvas que mãos patrícias desenharam".

 

in Diário de Notícias, dia 01 de Novembro de 1927

 

Este excerto voltou a ser publicado na secção "Diário de Notícias no passado", no dia 01 de Novembro de 1989.

 

Pesquisa: Lília Mata

 

Com a devida vénia ao CANIÇO ONLINE

 

publicado por João Carvalho Fernandes às 22:41
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Terça-feira, 3 de Fevereiro de 2004

AEROPORTO DA MADEIRA (III)

Algumas curiosidades:Em 2003 a TAP-Air Portugal representou em número de aeronaves comerciais metade do tráfego do Aeroporto da Madeira, mas em número de passageiros, apenas cerca de 38%. A Air Luxor e a SATA, ficaram com uma quota respectivamente de cerca de 12% e 8%, quer quanto a aviões, quer a passageiros.

 

 

Os passageiros portugueses representaram cerca de metade do tráfego total, sendo os ingleses quase 20% e os alemães 12%.O avião que mais aterra (e descola...) do Aeroporto da Madeira é o Airbus-320.O dia da semana com mais movimento é a segunda feira (devido ao time-sharing)...

 

 

 

Actualmente o Aeroporto tem capacidade para acolher até 3.500.000 passageiros/ano, tendo em 2003 recebido cerca de 2.260.000, o que representa quase cem vezes os 25.000 acolhidos em 1964 (meio ano apenas).O primeiro ano em que foi ultrapassada a cifra de um milhão de passageiros foi 1989, tendo-se registado um número superior aos dois milhões no ano 2000. Desde a inauguração, faz em 2004 quarenta anos, já passaram pelo Aeroporto da Madeira quase 55 milhões de passageiros (54,3 até Dezembro passado).

 

 

Site da ANAM - AEROPORTOS E NAVEGAÇÃO AÉREA DA MADEIRA:ANAM

publicado por João Carvalho Fernandes às 09:17
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Segunda-feira, 2 de Fevereiro de 2004

AEROPORTO DA MADEIRA (II)

Em 1990 foi tomada a decisão de alargar o aeroporto. Após aprovação do financiamento por parte da Comissão Europeia, foi lançada a primeira pedra da obra a 6 de Fevereiro de 1995.Com um custo total de cerca de 530 milhões de euros, a remodelação da aerogare e a nova pista, com 2.781 metros, permitem que sejam recebidos até 16 aviões simultaneamente.O projecto base inicial foi da autoria do Engº Edgar Cardoso, que faleceu alguns meses antes da inauguração. O projecto final e implementação, foi da responsabilidade do Engº Segadães Tavares, que com ele ganhou o maior prémio de Engenharia Estrutural mundial, o prémio da IABSE (International Association for Bridge and Strctural Engineering) de 2004 que será entregue em Xangai em Setembro.

 

 Foto ANAM

 

A pista foi construída em parte sobre o mar, tendo-se efectuado um aterro onde assentam os 180 pilares que suportam a parte nova.

 

Foto ANAM

 

A inauguração daquela que foi a maior obra de sempre da Madeira, ocorreu a 15 de Setembro de 2000, com a presença do Primeiro Ministro António Guterres e tendo como convidados de honra de Alberto João Jardim, Presidente do Governo Regional, Cavaco Silva, Valente de Oliveira e Ferreira do Amaral.

publicado por João Carvalho Fernandes às 23:18
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AEROPORTO DA MADEIRA (I)

Com uma pista que tinha um comprimento de 1.600 metros, o aeroporto da Madeira (na altura denominado Aeroporto do Funchal), foi inaugurado a 8 de Julho de 1964, com toda a pompa e circunstância, pelo Presidente da República, Américo Tomás.

 

 Foto ANAM

 

Situado a 16 quilómetros do Funchal, foi utilizado durante o resto desse primeiro ano de utilização por cerca de 800 aviões, que transportaram à volta de 25.000 passageiros.Em 19 de Novembro de 1977 ocorreu um trágico acidente, que custou a vida a 130 pessoas, quando um avião da TAP falhou a aterragem, caindo ao mar. Nessa altura, ficou claro que a necessidade de ampliação da pista era real. No entanto, apenas em 1985 foi possível inaugurar a primeira ampliação da pista, para mais 200 metros.

publicado por João Carvalho Fernandes às 19:32
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Segunda-feira, 19 de Janeiro de 2004

A DESCOBERTA DA MADEIRA

O Arquipélago da Madeira é constituído por : ilhas da Madeira e Porto Santo (habitadas) e grupos de ilhas Desertas e Selvagens (desabitadas). A Ilha da Madeira fica situada a cerca de 700 Km da costa africana e a 1.000 Km de Portugal continental.

As primeiras alusões à Madeira datam da antiguidade clássica, sendo feita referência a paradisíacas ilhas atlânticas. Posteriormente, o Arquipélago foi representado em mapas italianos e catalães do século XIV. No entanto, oficialmente a descoberta data do século XV.

A primeira a ser (re)descoberta, Porto Santo, foi avistada em 1419 (1418 segundo algumas versões), por João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, depois de muitos dias à deriva pelo alto mar, afastados da sua rota pela costa de África devido ao mau tempo. No entanto, alguns historiadores defendem que estes foram enviados precisamente para colonizar as ilhas que já eram conhecidas dos tais mapas antigos. A ilha da Madeira seria descoberta no ano seguinte. Reza a lenda que de Porto Santo se avistavam umas nuvens escuras que os marinheiros pensavam ser o inferno (o fumo das almas penadas a arder...) ou o sítio onde os barcos cairiam num abismo, borda fora do mundo! Apesar destes temores, João Gonçalves Zarco embarcou com alguns homens num barco e foi andando, apesar do pânico da tripulação, até encontrar terra firme: a Ponta de S. Lourenço, à qual foi dado este nome por ser o do navio do capitão.

publicado por João Carvalho Fernandes às 19:24
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