Sexta-feira, 28 de Setembro de 2007

ANOITECER NA ZONA DO CABO GIRÃO

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Terça-feira, 25 de Setembro de 2007

Jardins ricos e vulneráveis

Há quintas madeirenses, com unidades hoteleiras, cuja riqueza florística permite que desenvolvam o conceito de hotéis botânicos. Existem outras com condições para funcionar como colecções botânicas privadas

 

Com a devida vénia ao Diário de Notícias da Madeira

 

 

Trinta e três espaços verdes do Funchal foram objecto de uma tese de doutoramento. Inventariar a flora ornamental, conhecer as espécies, a sua origem, detectar as que estão ameaçadas e contribuir para que os jardins evoluam, no sentido de áreas privilegiadas de formação ecológica e de educação ambiental, constituem alguns dos objectivos da investigação. Árvores, arbustos e pequenas plantas de parques, jardins, quintas e cemitérios foram inventariados entre 2002 e 2005. Nos espaços verdes estudados identificaram-se 194 famílias, 901 géneros e 1928 'taxa' (1771 espécies, 32 subespécies, 40 variedades e 85 híbridos). Os resultados revelam uma "elevadíssima fitodiversidade, mas simultaneamente uma enorme vulnerabilidade florística", afirma o autor, Raimundo Quintal. A tese, intitulada 'Estudo Fitogeográfico dos Jardins, Parques e Quintas do Concelho do Funchal' foi apresentada em Julho, na Universidade de Lisboa, tendo sido aprovada com Distinção e Louvor. O júri aconselhou a sua publicação. Entre as quintas privadas estudadas estão a Quinta do Palheiro Ferreiro, com "a maior riqueza florística (631 espécies)", a Quinta Monte Palace (484 espécies), a Quinta Palmeira (414 espécies) e a Quinta Jardins do Imperador (284 espécies). As quintas que funcionam como espaços públicos, geridos pelo Governo Regional, foram também alvo de estudo, nomeadamente a Quinta Magnólia, a Quinta Vigia, a Quinta das Cruzes, assim como o Parque de Santa Catarina, o Jardim Municipal, o Parque Municipal do Monte e jardins de unidades hoteleiras. Neste último caso, foram seleccionados os jardins do Hotel Savoy e os do Hotel Reid's, "uma preciosidade como unidade paisagística e em termos de riqueza florística", comenta Raimundo Quintal. Os espaços ajardinados do Pestana Village, do Hotel Cliff Bay e Pestana Casino Park integram também o estudo, "atendendo a que, para além da introdução recente de espécies, há algumas árvores que se mantiveram das antigas quintas Pavão, Vigia e Bianchi". Da investigação faz parte também o Cemitério de São Martinho e o Cemitério Inglês com o objectivo de perceber, através da flora ali existente, a influência cultural, diz o autor. Para cada um dos 33 espaços seleccionados foram inventariadas todas as espécies e cartografadas à escala do canteiro, assim como foi elaborado um elenco florístico de cada um, no sentido de determinar a sua riqueza. As espécies foram analisadas, entre outros aspectos, consoante o porte, a origem, o regime fenológico (folheação e floração) e estudado o índice de rusticidade (temperatura mínima que suportam).

 

A propósito da proveniência das espécies existentes, Raimundo Quintal diz que "é possível concluir que 64 a 66% da flora dos jardins do Funchal tem origem tropical e subtropical, enquanto 30 a 32% provém das regiões de clima temperado". Perante os resultados adianta que muitas das plantas foram introduzidas pelos emigrantes. "Há uma correlação positiva entre as regiões de origem das plantas e os países onde vivem as comunidades madeirenses. Muita da riqueza existente tem a ver com esse movimento, que tem sido esquecido, mas que é uma realidade". Na perspectiva do investigador, a forte componente Neotropical depende das sementes, estacas e mudas trazidas pelos emigrantes madeirenses desde a Venezuela ou do Brasil, enquanto a representação da flora Áfricotropical não pode ser explicada sem a participação activa dos emigrantes na África do Sul ou das pessoas que viveram em Angola e Moçambique. A tendência para trazerem e levarem plantas foi confirmada durante a investigação, diz Raimundo Quintal. Como exemplo refere o comendador José Berardo ao trazer as "cicas" da África do Sul para a ilha. "Como emigrante com sucesso pôde trazer em quantidade plantas que gostou. Com essa atitude praticou o comportamento habitual de outros madeirenses que, com menos posses, traziam na mala ou nos bolsos pequenas plantas, sementes, bolbos e estacas". Actualmente - diz - "este comportamento tende a esbater-se com a globalização do negócio das plantas, importando-se as que estão em moda nos grandes mercados internacionais".

 

Raimundo Quintal considera que esta situação "está a criar algo indesejável, que é a normalização. Vai retirar a identidade que existia, porque as plantas que estão a ser introduzidas nos jardins mais recentes, quer em hotéis, quer em espaços públicos, fazem com que não se distingam dos que os turistas observam nas Canárias e em muitas regiões do Mediterrâneo". Mas se os madeirenses emigrados foram e são responsáveis pela introdução de imensas plantas ornamentais, "não é menos verdade que as famílias inglesas contribuíram de forma muito significativa para a riqueza florística dos espaços verdes do concelho do Funchal", afirma o investigador, apesar de salvaguardar que a influência dos ingleses na introdução de plantas na ilha "não tem o peso que se tem afirmado. Fala-se em pessegueiro-inglês e tomateiro-inglês, mas nenhuma dessas plantas é originária da Inglaterra e duvido que tenham vindo para quintas inglesas". Explica que nas muitas quintas construídas no Monte, Palheiro Ferreiro, Camacha e Santo da Serra, a partir da segunda metade do século XVIII, foram introduzidas espécies da flora temperada, com o objectivo de recriar as paisagens britânicas. Entre os 500 e os 700 metros de altitude, as mudanças de cor, o nascimento e a perda das folhas das árvores caducifólias marcam as estações do ano. Nos jardins da beira-mar, onde predominam as plantas dos climas tropicais e subtropicais, as cores da paisagem ao longo do ano dependem essencialmente dos diferentes regimes de floração.

 

Mas se a riquíssima fitodiversidade é evidente, há também, conforme revela o estudo, uma grande vulnerabilidade taxonómica. Raimundo Quintal explica que dos 1928 'taxa' que integram o Elenco Florístico dos 33 espaços verdes estudados, 818, ou seja 42,4%, apenas ocorrem num dos espaços e 254 (13,2%) só estão representadas por um indivíduo, "o que significa que muito facilmente poderão desaparecer". Atendendo a esta situação crítica, considera necessário a criação de uma equipa de trabalho com o objectivo de multiplicar e preservar as espécies ameaçadas. Entre as conclusões apresentadas refere que "apenas 23 espécies aparecem em mais de 75% dos espaços verdes estudados. As mais marcantes são o jacarandá ('Jacaranda mimosifolia'), a sumaúma ('Chorisia speciosa'), a planta dos dentes ('Plumeria rubra') e a chama da floresta ('Spathodea campanulata'). São árvores de flores espectaculares que são estruturantes na arquitectura e essenciais na imagem dos jardins subtropicais". Segundo a tese, as duas espécies mais frequentes nos jardins do Funchal são a palmeira das Canárias e o cardeal. Realça também a presença muito frequente de espécies da Madeira, como o til ('Ocotea foetens'), o dragoeiro ('Dracaena draco ssp. draco'), o barbusano ('Apollonias barbujana') e os massarocos ('Echium candicans e Echium nervosum'). "Isso revela o bom hábito da utilização das espécies indígenas. É uma marca positiva", destaca o geógrafo. Os espaços verdes estudados - afirma- "além do contributo para a imagem do Funchal como Cidade Jardim, funcionam como repositórios de flora exótica e indígena, garantindo a conservação 'ex situ' de espécies ameaçadas na Natureza. Como exemplos temos o dragoeiro ('Dracaena draco ssp. draco') e o mocano ('Pittosporum coriaceum'), uma árvore endémica da Madeira, extremamente rara nalgumas ravinas no norte da ilha, que sobreviveu nas quintas Monte Palace, Jardins do Imperador e Palheiro Ferreiro".

 

O autor do estudo evidencia também a importância dos espaços verdes para o turismo. As quintas - conforme salienta - constituem um importante nicho na oferta turística da ilha. "Os números referentes às entradas pagas na Quinta Monte Palace e na Quinta do Palheiro Ferreiro permitem concluir que são visitadas por cerca de 25% dos turistas que entram na Madeira", mas apesar desta afluência a maioria "usufrui dos espaços verdes de forma passiva". A propósito Raimundo Quintal considera que a Quinta do Palheiro e a Estalagem Jardins do Lago possuem condições para desenvolver o conceito de hotel botânico, onde para além do lazer o hóspede poderia usufruir de informação circunstanciada sobre flora e ter a possibilidade de fazer férias activas, participando nas tarefas de conservação e enriquecimento da formação vegetal. Poderiam ter pequenos cursos de jardinagem, associar-se aos trabalhos o que criaria uma certa fidelidade, atendendo a que as pessoas gostam de ver o resultado do que plantaram. Por outro lado, diz que há três quintas que, não integrando hotéis, possuem uma riqueza florística que lhes permite desenvolver o conceito e integrar a rede internacional de colecções botânicas privadas: a Quinta do Monte Palace, a Quinta Palmeira e a Quinta Jardins do Imperador. "A primeira já iniciou esse percurso necessitando, no entanto, de melhorar os conteúdos informativos. A Quinta Palmeira e a Quinta Jardins do Imperador têm um caminho mais longo a percorrer, quer nos trabalhos de manutenção, quer na produção de informação. A primeira, situada entre 200 e 300 m de altitude, possui espécies que não existem em nenhum outro local. O seu património florístico ultrapassa as 400 espécies, algo muito semelhante ao património inventariado para o jardim Tropical em Lisboa". O estudo levou à criação de uma base de dados que abarca 95% das espécies da flora ornamental existente na Madeira e pode ser actualizada constantemente para cada jardim e para o conjunto dos 33 espaços. Possibilita, conforme refere, verificar em tempo real o que é introduzido e o que desaparece. Entre os objectivos já enunciados a tese permite também disponibilizar informação para que utentes e gestores dos espaços verdes conheçam as características fitogeográficas e o valor ecológico das espécies e para que possam melhor preservá-los.

 

Bilhete de Identidade

 

Nome: Raimundo Quintal

 

Data de nascimento: 6-10-1954

 

Naturalidade: São Martinho, FunchalPercurso académico e profissional: Licenciatura em Geografia pela Universidade de Lisboa em 1981. Doutoramento em Geografia, especialidade em Geografia Física, pela Universidade de Lisboa, concluído a 20 de Julho de 2007. Foi professor de Geografia na Escola Secundária Francisco Franco desde o ano lectivo1985/86 e assistente convidado do Departamento de Educação da Universidade da Madeira no ano lectivo 2001/2002. Presidiu o Clube de Ecologia Barbusano desde a sua fundação em 1988, até 1994. De Outubro de 1981 a Julho de 1986 e Outubro de 1990 até Fevereiro de 1993 foi coordenador do suplemento Cidade/Campo, sobre temas de Urbanismo e Ambiente, no Diário de Notícias do Funchal.

 

É autor de várias obras e de numerosos artigos de Ecologia, Biogeografia e Educação Ambiental publicados em jornais e revistas. Realizou documentários, da sua autoria, sobre património natural e cultural, exibidos em televisões nacionais e internacionais. De Outubro de 2002 a Junho de 2003, criou e apresentou programa semanal sobre Educação Ambiental na RDP- Madeira. Vereador do Pelouro do Ambiente, Educação e Ciência, de Janeiro de 1994 a Janeiro de 2002, promoveu a vertente educativa das questões ambientais. Entre os projectos de conservação da natureza, de requalificação paisagística e de educação ambiental que liderou está criação do Parque Ecológico do Funchal e o Galardão de Ouro das Cidades e Vilas Floridas da Europa. É sócio fundador da Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal e presidente da direcção desde Fevereiro de 2002. É membro do Conselho Consultivo das Ilhas da 'Seacology Foundation', com sede em Berkeley, nos EUA. Teresa Florença

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Sexta-feira, 21 de Setembro de 2007

RIBEIRA BRAVA

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Terça-feira, 18 de Setembro de 2007

Símbolos do Funchal em livro

Com a devida vénia ao Jornal da Madeira

 

Um estudo sobre os símbolos da Cidade do Funchal, da autoria das docentes universitárias Fátima Abreu e Uriana Gaspar, irá ser editado em livro. A edição da obra estará a cargo da Comissão Executiva dos 500 anos da Cidade do Funchal.

 


O brasão e a bandeira da Cidade do Funchal foram objecto de estudo pelas professores universitárias Fátima Abreu e Uriana Gaspar. O estudo, ontem apresentado na Câmara Municipal do Funchal para a população menos jovem do concelho, irá resultar num livro a editar pela Comissão dos 500 anos da Cidade do Funchal.A publicação da obra está prevista para 2008, ano em que oficialmente se assinala o aniversário da cidade.Tanto o brasão como a bandeira, realçou ontem Fátima Abreu, estão relacionados com a economia regional designadamente com a produção da cana-de-açúcar. «No tempo em que a simbologia se foi construindo, o Funchal era de facto o pólo de dinamismo da economia do arquipélago. Nessa medida, faz todo o sentido que exista (no brasão da cidade) este retrato da ilha e da sua economia», referiu.

 

Antes de 1936, a constituição do brasão tinha o açúcar e a vinha retratados, «mas não havia esta sobrecarga de elementos». Aos elementos inicialmente existentes, foram acrescentadas as quinas de Portugal, que «vieram “espremer” os cachos das uvas. As uvas em cima dos escudos significam domínio: do Estado, da Nação», explicou. Na opinião desta historiadora, «o açucar foi sempre tido como o período mais importante da história». Já a bandeira da cidade, até 1936, tinha a mesma cor da bandeira nacional (branco), mas com o nosso brasão. A partir dessa data, «determinou-se que cada cidade ou vila teria a sua própria simbologia e a sua própria bandeira». Neste âmbito, Fátima Abreu refuta a ideia de que se tenha perdido a simbologia da Nobreza. No seu entender,«a Nobreza está presente nas cores da bandeira actual, porque o amarelo representa o ouro e o púrpura lealdade». De realçar que a conferência de ontem inseriu-se no programa de actividades formativas desenvolvidas pela autarquia funchalense. Uma das próximas acções, salientou ontem a vereadora da CMF Rubina Leal, é de carácter inovador. Trata-se de um curso de Primeiros-Socorros dirigido aos menos jovens. Esta iniciativa decorrerá no mês de Outubro no edifício dos Bombeiros Municipais do Funchal.

 

Odília Gouveia

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Sexta-feira, 14 de Setembro de 2007

FUNCHAL BY NIGHT

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Quinta-feira, 13 de Setembro de 2007

O Comboio do Monte e o elevador do Bom Jesus

Com a devida vénia ao Jornal da Madeira

 

Talvez não tenha sido por acaso que parte do material do Comboio do Monte, após os seu desmantelamento, tenha ido parar a Braga. Quem sabe o nome de Raul Mesnier Ponsard, engenheiro, possa ter alguma relação com essa viagem?

 

Muito se tem falado e escrito sobre o célebre comboio do Monte que, até 1943, resfolgou vapores pela Rua do Comboio, a caminho do Terreiro da Luta, transportando turistas e madeirenses.Muitos são os que se interrogam para onde foi o material do comboio após o seu desmantelamento. Hoje, a "Olhar" mais do que levantar uma ponta do véu, lança um desafio a quem possa fornecer mais dados sobre o destino da "sucata" a que foi reduzido um dos mais populares meios de transporte de outros tempos no Funchal.

 

 

Uma rua chamada Caminho de Ferro

 

O Comboio do Monte, também conhecido por elevador ou ascensor foi, sem sombra de dúvidas, um grande contributo para o desenvolvimento da freguesia do Monte, que viria a ser a mais conhecida estância turística da Madeira. Os estudos para o Comboio do Monte foram feitos em 1886, pelo engenheiro Raul Mesnier Ponsard. Apesar da relutância dos madeirenses em contribuir com capital para a formação da Companhia do Caminho-de-Ferro do Monte, o primeiro troço, entre o Pombal e a Levada de Santa Luzia, foi inaugurado a 16 Julho de 1893. A ideia para a construção de um elevador ou caminho de ferro partiu de António Joaquim Marques (de Lisboa), que obteve o consentimento da Câmara do Funchal em 17 de Fevereiro de 1887. Com uma paragem à porta do Monte Palace Hotel, o comboio continuava até ao apeadeiro do Largo da Fonte, que era o fim da linha. Mais tarde, a linha-férrea foi prolongada até ao Terreiro da Luta ficando, no total, com uma extensão de 3850 metros.

 

A explosão que "quase matou" o comboio

 

A 10 de Setembro de 1919 deu-se uma explosão na caldeira, de uma locomotiva, quando o comboio subia em direcção ao Monte. Deste acidente resultaram 4 mortos e muitos feridos. Devido a este desastre, as viagens foram suspensas até 1 de Fevereiro de 1920. A 11 de Janeiro de 1932, aconteceu novo desastre, desta vez por descarrilamento. A partir de então, turistas e habitantes viraram as costas ao caminho de ferro, considerando-o demasiado perigoso. Aliando este facto à II Guerra Mundial, que se iniciou entretanto, verificou-se uma falta de turistas na Madeira e a Companhia do caminho de ferro entrou em crise; a última viagem do comboio realizou-se em Abril de 1943 e a linha foi logo desmantelada. Parte do material resultante do desmantelamento, nomeadamente os carris, foi para a sucata e parte foi utilizado na reparação do elevador do Bom Jesus, em Braga.

 

Do Funchal para Braga

 

O Elevador do Bom Jesus, é um funicular que liga a parte alta da cidade de Braga ao Santuário do Bom Jesus do Monte.

 

O elevador segue um percurso paralelo a uma escadaria monumental conhecida como Escadórios do Bom Jesus e termina na sua parte superior junto à estátua equestre de São Longuinhos.

 

O elevador funciona sobre uma rampa e é constituído por duas cabines independentes, ligadas entre si por um Sistema funicular.O seu funcionamento baseia-se no sistema Contrapeso de Água. As cabines têm um depósito que é cheio de água, quando estão no nível superior, e vazio no inferior. A diferença de pesos obtida permite a deslocação. No elevador do Bom Jesus, a quantidade de água é calculada em função do número de passageiros que pretendem efectuar viagem em cada sentido.

 

Onde Mesnier aparece de novo

 

Inaugurado em 25 de Março de 1882, a sua construção foi iniciada em Março de 1880. O Elevador do Bom Jesus, em Braga, constituiu o primeiro funicular construído na Península Ibérica. A iniciativa da sua construção deveu-se ao empresário bracarense Manuel Joaquim Gomes (1840-1894) e a direcção do respectivo projecto foi do engenheiro suíço Niklaus Riggenbach. Este, que a partir do seu país natal enviava todas as indicações necessárias para a construção do Elevador, contou com a imprescindível colaboração técnica e prática do engenheiro português de ascendência francesa Raul Mesnier du Ponsard, que em Braga dirigiu a execução do projecto. O Elevador do Bom Jesus é actualmente o mais antigo do mundo em serviço a utilizar o sistema de contrapeso de água.

 

O seu impacte foi de tal ordem que logo nesse mesmo ano, se constituiu em Lisboa a Companhia dos Ascensores, que convidou Raul Mesnier para projectar e instalar na capital uma série de elevadores - Glória, Bica, Santa Justa, etc , uma parte dos quais ainda hoje se encontra em funcionamento.

 

Raul Mesnier Ponsard

 

Raul Mesnier Ponsard nasceu no Porto, São Nicolau, em 2 de Abril de 1848 e faleceu em Inhambane, Moçambique, em 1914. Português, de origem francesa, formou-se na Universidade de Coimbra em Matemática e Filosofia e na França em Engenharia Mecânica, percorrendo a Suíça e a Alemanha onde frequentou as principais escolas-oficina, contactando com os maiores projectistas e fabricantes de material ferroviário de transporte. Ficou conhecido por ter construído muitos elevadores, e funiculares em Portugal.Como engenheiro de obras públicas foi projectista de sistemas de elevadores de transporte público em Braga (Elevador do Bom Jesus), Porto (Funicular dos Guindais), Lisboa (elevadores de Santa Justa, Glória, Bica, Lavra), Nazaré (Elevador da Nazaré) e do comboio do Monte, no Funchal.

 

Octaviano Correia

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Quarta-feira, 12 de Setembro de 2007

VELEJAR NA BAÍA DO FUNCHAL

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Terça-feira, 11 de Setembro de 2007

"Há um novo paraíso no Atlântico"

Com a devida vénia ao Jornal da Madeira

 

Os mais antigos não devem conhecer - ou até saber pronunciar - o nome canyoning. Mas se lhes falarmos de - descidas de ogaje, devem associar aos montanhistas e cabreiros que desciam as ribeiras madeirenses. Antes por necessidade, agora por desporto, o canyoning está na moda e a Madeira tem um potencial a explorar. Para muitos estrangeiros praticantes, há um novo paraíso no Atlântico.

 

No ponto de vista de um dos impulsionadores da modalidade na Região, há que criar legislação específica para a prática das descidas de ribeira, com a definição de regras claras. Entretanto, Rui Nelson descreve à Olhar a experiência de descer uma ribeira, com os sons da água e o cheiro da natureza como companhia

 

 

As ribeiras e cascatas madeirenses são mais do que cursos de água. Cada vez mais são usadas para a prática de um desporto radical que está na moda. O canyoning é uma modalidade com vários anos de existência na Madeira que se possibilita descidas vertiginosas pelas águas transparentes do interior da ilha, com a beleza verdejante como testemunha daqueles que, durante vários anos, têm vindo a se aventurar por este tipo de trilhos, quer seja por aventura quer seja por necessidade. Antes, o canyoning dava pelo simples nome de "descida de ribeiras" ou, um termo mais regional, "descida de ogajes".

 

Antigamente, esta prática era comum por parte dos montanhistas e cabreiros, homens que tratavam do gado pelas serras e que tinham de seguir os trilhos das cabras para as manter unidas. Com a saída destes animais das serras, as descidas de ogajes perderam o seu sentido prático, mas ganharam adeptos, aventureiros que gostam de aliar a aventura ao ar livre.Apesar de só agora estar na moda e na boca do mundo, foram vários os madeirenses que nos últimos anos se embrenhavam no interior da ilha para se aventurarem nestas descidas, como era o caso do cardiologista Alivar Cardoso, já falecido. "Das pessoas mais antigas que já ouvi falar, foi do dr. Cardoso, que descia o Ribeiro Frio já há muitos anos atrás", salienta Rui Nelson, do Clube Naval do Seixal, entidade que recentemente organizou um encontro internacional de canyoning na Madeira, que diz que este desporto tem futuro na Região, em termos de potencial turístico.

 

É necessário criar legislação para a modalidade

 

Contudo, chama a atenção para a necessidade de ser criada legislação regional para a modalidade, com vista ao estabelecimento de regras não só para os praticantes mas também para a defesa dos vários lugares que permitem descidas de aventura nas várias cascatas da Madeira. A seu ver, há que respeitar a história das descidas de ogajes, os primeiros "ogajeiros", os lugares e os seus nomes e que definir na lei quais as ribeiras que podem ser usadas para as descidas.

 

De momento, o Clube Naval do Seixal e as agências interessadas nesta modalidade de aventura estão a dialogar com as entidades regionais, como é o caso da Direcção Regional das Florestas e da Direcção Regional do Ambiente, com o objectivo de serem criadas regras para esta prática e para a segurança de quem a faz. "Como estamos no início, e se trabalharmos todos para o mesmo fim, penso que teremos uma modalidade que também vá caracterizar a Madeira, como um cartaz turístico que já está feito e que não tem concorrência. Só temos de o organizar", sublinha este impulsionador do canyoning.

 

Salientando que o Clube Naval do Seixal abraçou esta modalidade por estar ligada à água e por ser naquela freguesia que se encontram "as melhores cascatas da Madeira", Rui Nelson explicou que uma descida de ogaje para um iniciado é difícil. "A maior parte das nossas cascatas são extensas e não é qualquer um que as consigam descer", comenta. Contudo, "o potencial para pessoas que são especialistas ou que têm formação nesta área é muito grande". A Madeira está a ganhar nome internacional no que se refere a esta oferta, de descidas de ribeiras. Rui Nelson salienta que "um dos melhores lugares do mundo para esta prática é na Ilha de Reunião, no Índico".

 

Mas, muitos estrangeiros começam a conhecer a potencialidade da nossa ilha e estão a passar a palavra de que "há um novo paraíso no Atlântico, que é a Madeira, para este desporto de aventura".

 

 

Formação é muito importante

 

Não só a pensar nos turistas mas também nos madeirenses, o Clube Naval do Seixal - bem como outros clubes regionais que estão a apostar no canyoning - está a incidir na formação. Até ao momento, já realizou três cursos de formação, que fornecem ao formando o cartão da Federação Nacional de Montanhismo. Mais cursos serão ministrados, divulga ainda. O Clube Naval do Seixal conta actualmente com cerca de 30 praticantes da modalidade, de várias idades.

 

Rui Nelson recorda ainda que o último encontro internacional de canyoning realizado pelo Clube Naval do Seixal teve "uma projecção enorme nos sites espanhóis, franceses e alemãs", nomeadamente. Com os primeiros passos a serem dados para o reconhecimento internacional, o entusiasta adianta que será organizado um novo evento no próximo ano. O Clube já está a ser contactado por vários montanhistas do Brasil, França, Espanha. "Há uma grande afluência em virem para cá. Neste momento, as fotografias da Madeira começam a aparecer nos sites internacionais. Começa-se a revelar que temos potencial".De qualquer modo, Rui Nélson chama a atenção: "nós não estávamos nem estamos preparados ainda para desenvolver a modalidade na Madeira. As infra-estruturas já estão feitas, que é a própria natureza, mas é preciso definir em termos de legislação, como é que é feito o canyoning na Madeira, se devemos dar conhecimento - e a quem - de que vamos fazer descidas de ribeiras, por exemplo".

 

Livro francês vai colocar canyoning madeirense na boca do mundo

 

Com a ausência de legislação portuguesa, os madeirenses optaram por seguir o que define as lei francesa sobre a modalidade. A propósito, o membro do Clube Naval do Seixal salienta que será editado no próximo ano um livro sobre o canyoning da Madeira, por um autor francês. "Ele está a fazer um levantamento sobre os canyonings da Madeira e refiro que se deve ter cuidado em manter os nomes originais das ribeiras, como os nossos antepassados - os cabreiros - chamavam, não usar estrangeirismos para as nossas ribeiras e veredas".

 

Com esse livro, Rui Nelson acredita que haverá uma "enorme projecção" da Madeira tendo em conta que a obra será lançada internacionalmente. É necessário pensar em termos futuros, com o aumento de visitantes específicos para a prática desta modalidade. De momento, a procura já dá sinais de crescimento. "Todas as semanas temos pessoas a nos contactar do estrangeiro interessadas em cá vir para fazer canyoning. Neste momento, se alguém quiser descer ribeiras, a que está a ser usada para esse fim, e devidamente preparada, é a do Ribeiro Frio. É uma zona muito acessível até para os iniciados, porque tem cascatas pequenas e que está já a ser comercializada como produto para esta modalidade. Muitas agências já usam esta ribeira como uma oferta para o canyoning".

 

Quanto a outras cascatas, Rui Nelson diz que são mais difíceis, mas que são aliás as que terão maior procura por parte dos canyonistas especializados. De uma vasta lista, e de acordo com a página da internet http://canyoningmadeira.blogspot.com/, o canyoning pode ser praticado nas Ribeiras do Seixal, na Ribeira Funda, da Hortelã, do Alecrim, das Cales, da Pedra Branca, da Água Negra, do Inferno, entre muitas outras.

 

Neste sítio da net, o responsável informa a necessidade de pedir autorização à Direcção Regional de Florestas para a prática da modalidade.

 

Madeira tem de gerir melhor canyoning do que fez com surf

 

Noutro âmbito, o nosso entrevistado, Rui Nelson, diz que a Madeira tem de saber gerir a oferta deste desporto de aventura, de modo a que não aconteça o mesmo que aconteceu ao surf, que perdeu o seu mercado. "Temos de ter os devidos cuidados e penso que os vamos ter".

 

Apontando o exemplo dos Açores que não tendo qualquer historial de canyoning, preparou uma equipa para estudar as potencialidades da modalidade, Rui Nelson considera que essa ideia deveria ser analisada pela Madeira. "Mas temos de perceber quais as potencialidades que temos e organizá-las à nossa maneira, com o apoio de alguém de fora. Acho completamente certo ir lá fora ver o que está a ser feito, em lugares que vivem economicamente dos desportos de aventura e da natureza e trazer as pessoas certas para nos ajudarem a fazer um plano de desenvolvimento para esta modalidade na Região", defende.

 

Com ou sem estudos ou regras, a verdade é que o canyoning - ou as descidas de ogajes - já está em crescimento na Madeira, quer para os turistas quer para os madeirenses. Com a devida formação, Rui Nelson descreve a sensação de descer uma ribeira: "já houve ogajes e que eu tive de parar, fechar os olhos e ficar ali apenas a sentir. Acreditava que a experiência seria boa, mas ao fazê-la, ao sentir os sons e os aromas da nossa floresta, há uma troca de energias entre o homem e a natureza à qual aconselho as pessoas a experimentarem".

 

Paula Abreu

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Quinta-feira, 6 de Setembro de 2007

GIRASSOL

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Quarta-feira, 5 de Setembro de 2007

NetMadeira disponibiliza novas imagens

Com a devida vénia ao Diário de Notícias da Madeira

 

Portal www.netmadeira.com tem a partir de hoje mais quatro 'webcams' em diferentes pontos da ilha

 

A partir de hoje o portal www.netmadeira.com disponibiliza mais quatro 'webcams'. Lido, Ponta Gorda, Santana e Faial são os locais que a partir de agora passam a ter imagens disponíveis neste 'site'. Deste modo a NetMadeira aumenta de 14 para 18 o número de webcams em toda a Região para apresentar imagens - fotografias actualizadas de 10 em 10 minutos - de 18 zonas diferentes da Madeira e Porto Santo. Mas as novidades não ficam por aqui. Além deste aumento do número de webcams, agora é possível visualizar as imagens em formato superior e ainda mudar para a imagem seguinte ou anterior mais rapidamente do que acontecia anteriormente. Agora a totalidade destas imagens de diferentes pontos da Região está disponível para todos os utilizadores do portal, e não apenas para os clientes da NetMadeira.

 

Assim, a partir de hoje é possível ver imagens praticamente em tempo real dos seguintes locais: Calheta, Praia da Calheta, Parque Temático de Santana, Santana, Faial, Encumeada, Pico do Arieiro, Machico, Porto da Cruz, Ponta do Sol, Porto Moniz, Porto Santo, Ribeira Brava, Santo da Serra, São Vicente, Lido, Pontinha e Ponta Gorda.

 

Nesta imagem, Porto Santo, por volta das 17h00:

 

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Terça-feira, 4 de Setembro de 2007

FAJÃ DO CABO GIRÃO

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