Com a devida vénia ao Diário de Notícias da Madeira
É o maior investimento da história da Madeira. Iniciado em 1989 com a construção da via rápida para a Ribeira Brava e Machico, que se completou no ano 2000, desde então foram construídos 108 quilómetros de vias rápidas e expresso, estando em execução os restantes 27,5 km de uma rede que terá 135,7 km de extensão. Resultando de um investimento de 1.814,6 milhões de euros, as novas vias da Madeira foram construídas graças a uma opção de engenharia que levou à construção de 135 pontes e viadutos e mais de cem túneis, estruturas que, naturalmente, para além da sua complexidade e elevado custo, têm agora encargos de manutenção exigentes.
A título de curiosidade, a obra mais cara foi, naturalmente, a ligação entre a Ribeira Brava e Machico (600 milhões de euros), embora o túnel da Encumeada tenha sido o mais oneroso, pois custou cerca de 26 milhões de euros por quilómetro (80 milhões), o que, a par da construção do troço Machico/Caniçal (156 milhões), se tornaram nas obras mais caras, por quilómetro.De entre as obras de arte construídas, destaque-se a ponte dos Socorridos, com o seu vão principal de 106 metros e pilares que atingem os 120 metros de altura, bem como a ponte de João Gomes, com um vão principal de 125 metros e altura de 140 metros, estruturas que integram a via rápida Ribeira Brava/Machico que foi implantada graças à diversidade das soluções estruturais e do significativo número de obras de arte especiais, que no seu conjunto representam cerca de 46% da mesma.
Na via entre Machico e o Caniçal foi construído o maior túnel duplo de Portugal, com 2.100 metros, embora na Região existam túneis com maior comprimento, como é o caso da Encumeada (3.080 metros) e do Faial/Cortado, com 3.167 metros. Na zona Oeste encontra-se a ponte da Ribeira Funda, com a particularidade de ser a que tem maior vão central (135 metros), uma extensão de 279,5 metros e uma altura a meio vão de 110 metros.
Tal como explicamos na página 7 e demonstramos na infografia que apresentamos nestas páginas, as duas empresas responsáveis pela exploração e manutenção da rede viária estão a trabalhar nos 128 km já prontos, estando por acertar a quem competirá a manutenção dos novos troços em construção, casos da ligação entre os Prazeres e a Ponta do Pargo, bem como entre São Jorge e São Vicente, acerto que fará disparar os encargos.Jorge Pereira, o administrador-delegado das duas empresas com responsabilidades na exploração e manutenção das vias rápidas e expresso, revela ao jornalista que "a concessão da Vialitoral é cheia de particularidades e especificidades pois trata-se de uma via rápida com 44 km de extensão, dos quais 15 em túnel e sete em ponte ou viaduto, ou seja, apenas 50% é traçado corrente de plena via".
REPARAÇÕES FEITAS A CADA 7 MILHÕES DE VEÍCULOS
Deste modo, "posso dizer que, comprovando-se deficiências de conservação, as grandes reparações do pavimento estão previstas no modelo em função do tráfego, mais precisamente, a cada passagem de 7 milhões de veículos pesados".Não obstante, destaca ainda o engenheiro, "no âmbito da manutenção corrente do pavimento e/ou de reparações ao abrigo das garantias de boa construção, numerosas intervenções têm tido lugar para assegurar os critérios de bom estado global dos pavimentos medidos por coeficientes de resistência ao deslizamento, regularidade superficial, fissuração e assentamentos.No modelo da Vialitoral, tal como noutras concessões nacionais, estas grandes reparações são complementadas por acções periódicas de tratamento superficial da camada de desgaste do pavimento, denominadas de "chip seal", previstas a cada 7 anos".
VISTORIAS ANUAIS E A CADA 5 ANOS
Naturalmente que a manutenção de tão elevado número de pontes, túneis e viadutos torna esta concessão um caso singular, com Jorge Pereira a realçar isso mesmo: "As obras de arte (pontes e viadutos) sofrem inspecções de rotina todos os anos e inspecções principais a cada 5 anos. Em função das observações, são programados os trabalhos a fazer que cobrem tudo, começando na estrutura propriamente dita (fendilhamento, assentamentos, etc.) e indo até ao seu equipamento (juntas, aparelhos de apoio, etc.). Nos túneis, garantimos o funcionamento da iluminação, ventilação, CCTV, equipamento de combate a incêndios, sinalização cruz/seta, painéis de mensagens variáveis, galerias de emergência, etc..
As paredes dos túneis são pintadas quando se justifica, em princípio, uma vez a cada 5 anos". A nosso pedido, o administrador-delegado da Viaexpresso e Vialitoral realça, no plano dos investimentos, o que foi feito: "Gestão interligada dos túneis do Cortado e da Encumeada, a recuperação praticamente integral dos sistemas de iluminação, do equipamento de controlo da ventilação dos túneis, das guardas metálicas de segurança, a limpeza, incluindo pintura de hasteais, a nova sinalização de ocorrências, as reparações das estruturas de emboquilhamento dos túneis danificadas por "quebradas".
Só no troço associado São Vicente-Porto Moniz estão quase permanentemente três pessoas com meios mecânicos a varrer e a limpar o que vai caindo e, como é sabido, de vez em quando são necessários muitos mais. A muito curto prazo, para além do sistema de controlo e vigilância de que já falámos, começaremos a reparar os pavimentos precisamente pelos troços associados e, até ao final do ano, iniciaremos as obras de construção da sede e do futuro centro de controlo, seguindo-se os centros de assistência e manutenção".
SINISTRALIDADE DIMINUIU
Grande aposta das concessionárias tem sido a segurança viária, preocupação que é expressa num conjunto de indicadores que provam, com evidente satisfação para Jorge Pereira, que a sinistralidade tem vindo a diminuir."Em 2005, tivemos 960 acidentes na Vialitoral de que resultaram 135 sinistrados. A sinistralidade é normalmente medida pelo número de sinistrados por cada mil milhões de veículos x km. A sua evolução tem vindo a diminuir, fixando-se em 24,02 em 2005, o mais baixo de sempre, abaixo da generalidade das concessões nacionais".
Um dos dados a ter em conta, também, diz respeito ao número de veículos que circulam por dia na via rápida, com a entrada de dezassete mil através da Ribeira Brava e um número superior a circular entre Santa Cruz e Machico, com ligação ao aeroporto, número que no troço entre Santo António e o Pinheiro Grande, na Cancela, varia entre os quarenta e os 56 mil veículos dia.Dados a que tivemos acesso dão conta de que, em 2005, a Vialitoral, por exemplo, tinha efectuado o reboque a 4.404 veículos, retirado 98 viaturas abandonadas e detectado 360 veículos parados indevidamente na via. Resta acrescentar que trabalham com contrato directo com a Vialitoral cerca de 30 pessoas e um pouco menos na Viaexpresso, já que "é filosofia destas a subcontratação, pelo que a maior parte do trabalho resulta de prestações de serviço contratadas externamente, sobretudo na área das obras, patrulhamento e assistência permanente, iluminação, ventilação, limpeza, conservação de verdes, consultorias diversas, etc.", destaca, por fim, Jorge Pereira.
Miguel Torres Cunha
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